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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Explosão: operários em estado grave

Das dez pessoas feridas na explosão ocorrida no canteiro de obras, do lote 12 da Transposição do Rio São Francisco, em Sertânia, no Sertão do Estado, a 316 quilômetros do Recife,  três permanecem internadas em estado grave no Hospital Esperança, no Recife. As outras quatro hospitalizadas, no Hospital Municipal Maria Alice Gomes Lafayette, receberam alta no final da manhã. Severino Ferreira da Silva, de 40 anos, Nivânio Pereira Rogério, de 28, Almir Ferreira Campos, 31, e João Batista Bezerra, de 50 anos, ainda estavam sob o choque do acidente, mas contaram como foram os últimos momentos antes da detonação mal sucedida.


De acordo Nivânio Pereira, que trabalhava como segurança na obra, o técnico de segurança chegou a alertar os funcionários, para não retornarem ao local, mas não houve tempo para alcançá-los. “Eu fui de Kombi até lá e fiquei chamando eles, mas logo depois houve a explosão”, afirmou. Questionado sobre a possibilidade de imperícia e falha humana, o funcionário João Batista retrucou. “A falha foi do equipamento”, disse, mas reconheceu que eles voltaram em cerca de cinco minutos após a primeira detonação, tempo insuficiente e que expôs os funcionários ao acidente. “Os explosivos demoram três minutos para queimar e cinco minutos depois a gente já tinha voltado pra lá”, reconhece João, atribuindo a Deus, o fato de ter sobrevivido. “Não era para eu morrer, porque estava perto de Leandro, mas sobrevivi. Eu digo que foi sorte de Deus”, concluiu.


A esposa de João Batista, assim como a maioria dos parentes dos demais envolvidos com a acidente, souberam do ocorrido por meio de vizinhos e conhecidos da cidade de Sertânia. “Uma amiga minha que esteve no hospital informou a minha prima que veio me contar. Tomei um susto, mas graças a Deus ele está aqui, vivo”, desabafou a dona de casa Marli Bezerra da Silva, de 36 anos. Os trabalhadores internados em Sertânia tinham pelo menos mais de nove meses de tempo de empresa. Severino Ferreira da Silva, de 40 anos, era um dos funcionários mais antigos do grupo, estava há um ano e quatro meses na empresa e nunca havia passado por nada tão assustador. “Eu nunca tinha visto isso. Foi uma coisa impressionante. Não sei como estamos vivos”, desabafou.


Os três sobreviventes em estado mais grave Lourival Lourenço da Silva, de 35 anos, e Valmir dos Santos Silva, de 28, e Gilvan dos Santos, de 42 anos, ainda permanecem em observação médica na emergência do Hospital Esperança, na Ilha do Leite. De acordo com boletim médico, Lourival Lourenço e Valmir dos Santos estão com queimaduras de segundo grau profundas pelo corpo e suspeitas de injúrias respiratórias - causadas pela inalação de fumaça. Já Gilvan dos Santos encontra-se internado na UTI do hospital, também com queimaduras pelo corpo e fraturas faciais. O velório de Leandro Rodrigues está sendo realizado no Sítio Salgadinho, distrito de Sertânia, e o enterro está marcado para às 10h de hoje, no cemitério de Rio da Bar­ra. O velório de Almir Clara também é na cidade, mas no distrito de Algodões, e o enterro será hoje.


Retrospecto


Por volta das 16h30, doze funcionários que atuam diretamente na montagem dos explosivos nas obras da Transposição se preparavam para fazer a última tarefa do dia, que significaria, inclusive, o fim dos trabalhos do ano e início do recesso de fim de ano. Após concluir a montagem, os trabalhadores entraram em um ônibus e seguiram para o perímetro de segurança, na rodovia que dá acesso à cidade de São José do Egito, no distrito de Albuquerquené, onde os técnicos de segurança já haviam isolado. Com a detonação dos explosivos, o blaster Gilvan dos Santos, de 42 anos, (funcionário encarregado pela averiguação dos explosivos) avaliou que parte das caixas de bananas de dinamites não havia explodido e, por meio do rádio de comunicação, convocou a equipe de montagem para uma nova detonação. Quando os trabalhadores chegaram ao local, perceberam que ainda havia fogo. Os operários tentaram apagar a faísca, jogando água, mas os explosivos detonaram.
FONTE: folhape.com.br

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