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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Jardins de Literatura: Marcelino Freire fala de suas inspirações - Natural de Sertânia, no Sertão, escritor é um dos artistas mais respeitados da atualidade

Natural de Sertânia, no Sertão de Pernambuco, Marcelino Freire mora em São Paulo desde 1991 e atribui à teimosia o crescimento dentro da literatura: “são 19 anos de teimosia, desde que saí de minha casa levando a teimosia de minha mãe comigo”, afirma. O escritor queria oferecer uma vida melhor para a família e percebeu, desde cedo, que era nas letras onde deveria trabalhar: “o que eu tinha a oferecer à minha família era minha doença, que é minha poesia, e até agora vem dando certo”, acredita.

Antes da poesia, o artista trabalhou um banco no Recife. Primeiro como office boy, depois com revisor, graças ao gosto pela leitura. “Também cheguei a fazer letras na UNICAP, mas não concluí”. Algum tempo depois Marcelino decidiu ir mais longe, partindo para São Paulo, onde procurou vagas de trabalho em áreas como publicidade e editorias, sendo convidado a trabalhar como editor de texto. Ele recusou, e explica: “queria mesmo era trabalhar com o dicionário e com a palavra, por isso a revisão. E enquanto não chegava nenhum documento, eu escrevia um conto”.

Marcelino Freire é um dos mais respeitados escritores da atualidade, e sua obra literária tem inspiração em Manuel Bandeira. Mas ele escreve também para o teatro. Os primeiros contatos se deram aos 9 anos de idade, e ao longo do tempo, ele trabalhou primeiro atuando, depois escrevendo, para os mais diversos artistas.

Segundo o escritor, a inspiração feroz e vexaminosa para seus personagens ele busca na voz de sua mãe: “lembro dela cantando Luiz Gonzaga na cozinha quando estava feliz e isso era marcante para mim”, afirma, e continua: “às seis horas da manhã ela cantando Luiz Gonzaga e eu dizia ‘a velha está com dinheiro’. Sem dinheiro ela chutava galinha, bata nas panelas, estressada”, ri.“Eu escrevo que quero bater panela no juízo do leitor”, afirma.

Além da mãe, a inspiração vem das ruas e também da dor: “Eu escrevo sobre tudo que escuto, e quando perguntam qual o principal livro que já li ou tenho lido eu afirmo ‘é a rua!’. Além da dor, essa moeda de troca de cada ser humano”.

FONTE: pe360graus.com

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