Não há nada de errado com Papai Noel, duendes e outros personagens importados. Há espaço para todos.


“O problema começa quando a comemoração é padronizada a ponto de impedir as particularidades culturais de uma região”, disse o cantor Silvério Pessoa se preparando para entrar em cena.


Pouco tempo depois, ele estaria no palco encenando o já tradicional Baile do Menino Deus, que abriu a série de três espetáculos na noite de ontem (23), no Marco Zero, Bairro do Recife. Está é a oitava edição do espetáculo, que é aberto ao público e acontece até o domingo (25), às 20h.


Dirigido e escrito por Ronaldo Correia de Brito, o auto natalino conta a trajetória de dois Mateus em busca da casa onde nascerá o menino Jesus. Seguido por um grupo de crianças, eles pretendem festejar esse acontecimento tão especial. No entanto, quando finalmente acham a casa, a porta está trancada. Para abri-la os homens recorrem a várias peripécias, cantatas e louvores típicos do folclore nordestino.


O vendedor, Fábio Rodrigues, viu o auto pela primeira vez e achou que o grande diferencial do espetáculo é a valorização da cultura popular. “Não sei se acontece isso em outros pontos do Brasil, de ter uma peça natalina com elementos da cultura local. Acho isso muito importante. Toda cidade devia ter um Baile do Menino Deus”.


Este ano o espetáculo conta com algumas inovações, uma delas é a participação da cantora e instrumentista, Renata Rosa. Mas, para Silvério Pessoa, que integra o grupo pela sexta vez, o maior trunfo do espetáculo a cada ano, é o investimento na dramaturgia. “Não temos efeitos especiais grandiosos, o que oferecemos é o grande talento dos nossos atores. Eles conseguem transmitir sinceridade e emoção ao público.”



FONTE: blogdafolha.com.br