Com a bênção do pai - Liv Moraes lança CD com sanfona de Dominguinhos tocada em todas as faixas

O legado de Dominguinhos não está somente espalhado em tudo quanto é sanfoneiro bom e forrozeiro Brasil afora. Está dentro de sua casa, principalmente. Liv Moraes - que estreou como cantora de MPB (em sua página no myspace, o gênero de Liv espande-se para alternativa/ ambiente/ funk) rendeu-se ao balanço do forró, com a bênção do pai. Dominguinhos colocou sanfona em todas as faixas do disco É você . Está do lado da filha desde que essa decidiu abandonar a psicologia e dedicar-se à carreira da artista. Não iria mais negar que era não só a filha de Dominguinhos, mas também da cantora Guadalupe, a quem faz agradecimento especial e credita como principal incentivadora da sua carreira.

Com voz e visual românticos, Liv canta seu forró com outra classe. Em vez da típica brejeirice das cantoras de forró, Liv não nega seu sotaque paulista, com direito a um certo toque de ´requinte e sofisticação`. ´Sempre convivi com a cultura nordestina. Por conta do meu pai, minha mãe e meus avós, passava minhas férias no Recife`, conta. Ela diz que nunca cogitou a música, por ser muito tímida. Chegou a fazer faculdade de psicologia, mas trancou no segundo período, pois já estava fazendo parte dos shows do pai. Suas participações eram, segundo ela, espontâneas.

´Ele (Dominguinhos) gosta de fazer tudo na hora. Combinamos mais no camarim. Antigamente eu não sabia nem a hora de entrar no show. Não teve muita definição. Cantava Roendo unha, de Luiz Gonzaga, o xote Preciso do teu sorriso, de João Silva. A gente fazia experimentações, nada combinado, tirava os tons no camarim. Cada dia eram músicas diferentes`, relembra a artista.

Com forrós, xotes, arrasta-pés, cirandas e canções, É você, segundo trabalho da cantora, fez o gosto de Dominguinho, que assina os arranjos das 14 faixas, em parceria com Sandro Haick. Liv divide vocais com o pai em Doce princípio - dele, Clodo e Climério - e com a mãe Guadalupe, canta O ciúme, de Caetano Veloso.

No disco também estão Oi lá vou eu, São João bonito e Fogueira no quintal (Dominguinhos e Anastácia), Nem que pare o coração e Chameguinho (Antonio Barros e Cecéu), Teu carinho (Dominguinhos e Guadalupe), Balança sanfoneiro (Savinho), De pé no chão (Don Tronxo), É você (Dominguinhos e Oliveira), Amar como te amo (Toninho Horta e Felipe Cordeiro), Questão de tempo (Dominguinhos, Clodo e Climério), Poucas palavras (Ilmar Cavalcanti e Eliana) e a inédita Coração menino (Petrucio Amorim).

"A gente fazia experimentações, nada combinado, tirava os tons no camarim" Cantora, que estreou com repertório de MPB, rendeu-se ao balanço do forró

FONTE: diariodepernambuco.com