Os fãs já estavam com saudade. Depois de passar três anos sem gravar, o cantor e compositor Flávio José entrou em estúdio para gravar o seu 18º CD Tá do jeito que eu queria. O novo álbum que tem como carro chefe a música Paixão sem compromisso, do compositor Dorgival Dantas, está pronto e será lançado no final deste mês, em Monteiro, terra-natal do artista. Flávio está confiante de que o trabalho vai agradar em cheio a grande massa forrozeira que gosta do autêntico forró oriundo do mestre Luiz Gonzaga, de Jackson do Pandeiro e da eterna "rainha do xaxado" - Marinês.
O "caboclo sonhador" há três anos não gravava disco. Reverenciado como o "rei do xote", Flávio José preparou um CD com músicas inéditas e algumas regravações de compositores da região como Dorgival Dantas, Flávio Leandro, Del Feliz, Antônio Barros e Cecéu, Anchieta Dali, Chico César e Erivaldinho do Acorden.
O 18º CD da carreira de Flávio José tem 11 músicas, sendo três inéditas de autoria de Dorgival Dantas - Paixão sem compromisso, Como vai você e Tá do jeito que eu queria; e duas regravações do poeta cantador Flávio Leandro - Problema seu e Fornalha global. Flávio também regravou a música Saudade afiada, de Flávio Leandro e Del Feliz; dando uma nova roupagem na música Comer na mão, do cantor e compositor paraibano Chico César. O novo trabalho também conta com uma música de Erivaldinho do Acordeon e Elisando Santos, outra regravação dos compositores Anchieta Dalí e Carlos Vilela.
Como não poderia ser diferente, Flávio José aproveitou o CD para prestar uma homenagem a dupla Antônio Barros e Cecéu. Assim regravou a música Pra virar lobisomem e a canção Quando os dois se amam de Antônio Barros e Cecéu. Esses dois clássicos do cancioneiro popular e que já fizeram sucesso com Os Três do Nordeste e Trio Nordestino ganharam uma releitura nas vozes de Flávio e Antônio Barros e Cecéu.
O último CD do caboclo foi Dom Cristalino, gravado em 2008. O que está quentinho e pronto para sair vai ser lançado dia 23 no Forróleluia, em Monteiro-PB.
Pirataria
Em entrevista ao Diário da Borborema Flávio voltou a fazer críticas ao mercado da pirataria de CD e disse que passou três anos sem gravar por falta de músicas. "Primeiro por falta de um repertório de qualidade e depois por causa da atual situação do mercado fonográfico, que realmente deixa a gente sem a mínima vontade de gravar", contou.
Com 18 CDs gravados - incluindo o novo - 8 LPs e uma carreira de mais de 30 anos consolidada, Flávio José é um dos artistas que defende a música deixada por Luiz Gonzaga. Ele representa a raiz, a matéria-prima original da pura tradição musical nordestina. Carisma de poeta-cantador e talento de sanfoneiro-compositor na alma de um forrozeiro nato. Sãomais de 30 anos de luta na defesa intransigente da cultura nordestina, através do forró.
Ele já pensa em gravar o seu primeiro DVD ao vivo. Artista comprometido com a cultura da região, permanece fiel ao estilo que abraçou, até os dias atuais. Essa fidelidade é retribuída pelo enorme carinho que lhe é devotado pelos inúmeros fãs. Para atendê-los, o artista promove em média de 100 shows por ano. A sanfona, eterna companheira e que lhe acompanha na vida artística, não para de tocar.
Aclamado desde o primeiro LP, mas, extraordinariamente a partir do primeiro CD Nordestino lutador (1994) até O dom cristalino ( 2008) o cantor faz questão de manter seu estilo. Sempre tocando forró, xote e baião. E se orgulha de ter recebido influências de Luiz Gonzaga. O cantor se consagrou como um dos ícones da música regional. Tem mais de 300 músicas gravadas. Alguns dos seus sucessos estão na boca do público, como Caboclo sonhador, Tareco e Mariola, Terra prometida, Espumas ao vento, Que nem vem vem, O filho do dono, Sem ferrolho e sem tramela e A Natureza das Coisas, entre outras.
FONTE: Texto-Diário da Borborema & Foto: flaviojose.com.br
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