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sábado, 2 de julho de 2011

Fenearte 2011 começa reúne 5 mil expositores e homenageia o cordel


Se o mestre Luiz Gonzaga estivesse vivo, provavelmente faria uma versão da sua música A Feira de Caruaru para a 12ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, que segue até o dia 10 deste mês.


Assim como a canção que diz que “de tudo que há no mundo, nela tem para vender”, os números da Fenearte impressionam. São 35 países, mais de 5 mil expositores divididos numa área de 29 mil metros quadrados, 30 “ruas” de comércio e oito praças.


Tudo projetado com um investimento de R$ 3,5 milhões e uma movimentação esperada de R$ 28 milhões em negócios diretos e mais R$ 4 milhões em contratos. A organização do evento espera a visita de 27 mil pessoas por dia.
 “Este ano temos muitas novidades para o público. Primeiro, conseguimos remodelar a planta da feira, acrescentando, assim, 500 novos expositores. Criamos novas áreas externas, como o Espaço Interferência Janete Costa, que conta com 180 metros quadrados modelados no conceito de loft. As pessoas poderão ver lá como usar na decoração as peças artesanais da feira”, explicou o coodenador da Fenearte, Ronaldo Lessa. Do lado de fora do pavilhão ficarão também a Unidade Móvel de Cordel - que terá um caminhão com exposição permanente de cordéis - e o espaço Saber e Fazer, que nesta edição apresenta artesãos desenvolvendo trabalhos de cestaria com um pequeno tear manual.


O novo traçado da feira vai fugir da lógica do labirinto, trazendo um layout que permite maior liberdade e mobilidade do público. “O que fizemos foi escutar as pessoas, tanto os artesãos quanto os visitantes. Com a remodelação, quem estiver passeando no pavilhão poderá sair por todos os portões, e quem quiser deixar alguma mercadoria no carro e retornar, poderá fazê-lo pelos portões B e E, onde todos receberão um carimbo para o trânsito livre”, completou Lessa.


O projeto tem a assinatura do arquiteto Carlos Augusto Lira e equipe. “A estratégia é manter o fluxo de pessoas até as últimas barracas, mas sem que ninguém perca a liberdade de terminar a visita mais cedo. Fora isso, a nova planta oferece ainda mais segurança para os expositores e visitantes”, assegura Lira.


Quem tiver tempo livre, poderá ainda passear pela Estação Cordel ou ver o trabalho do projeto Travessia, assim como visitar o Espaço Indígena. Outra opção é deixar a criançada na Escolinha de Arte do Recife. Tudo isso por R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia entrada), de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana, o valor do ingresso sobe para R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia).


Atmosfera de Cordel

Para José Costa Leite, cordelista e xilogravurista que mantém seu ateliê em Condado, um artista já nasce poeta, mas, às vezes, não tem meios de publicar sua produção. Paraibano de nascimento, aos 84 anos, ele é um dos 17 homenageados da 12ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), que abre ao público hoje, a partir das 14h, no Centro de Convenções. Com expectativa de receber 270 mil visitantes, o equivalente à população de Caruaru, o evento funciona até 10 de julho. Ao lado de J. Borges, que sustenta ateliê em Bezerros e coordena oficina com um dos filhos na feira, e José Soares da Silva (Dila), residente em Caruaru, Costa Leite é um dos três patrimônios vivos de Pernambuco entre os reverenciados.


“Homenagem é sempre coisa boa. Com 22 anos, vendia cordéis dos outros. Depois, inventei de fazer os meus e deu certo. Quando se é inteligente, a gente aprende sem ter lição”, acredita Costa Leite, que nunca frequentou a escola. Para Maria Alice Amorim, jornalista e pesquisadora, que idealizou ao lado de um grupo de trabalho da Fundarpe e do escritório de arquitetura de Carlos Augusto Lira (responsável pelo projeto geral da Fenearte) a exposição Estação cordel, instalada no mezanino, evidenciar a linguagem do cordel é reafirmar sua atualidade. “É um momento super válido. O cordel comunica bem poeticamente e como crônica de costumes e fatos jornalísticos”, avalia Maria Alice.


Na Estação Cordel, estão reunidos desde uma prensa antiga, até livretos portugueses da coleção do professor Arnaldo Saraiva, da Universidade do Porto, dos séculos 17 a 20. Cordéis brasileiros, da coleção de Maria Alice Amorim, comportam exemplares dos séculos 20 e 21. Outro atrativo é a 1ª Mostra de Cordel Animado, com quatro curtas-metragens (A árvore do dinheiro; O jumento santo; Disputa entre o diabo e o padre pela posse do cente-fôr na festa do santo e A moça que dançou depois de morta), totalizando 40 minutos de duração.


Artesãos de Pernambuco, de todos os estados brasileiros e de 35 países somam mais de cinco mil expositores durante a Fenearte, que traz programação variada, com shows diários (entre os convidados de hoje, SaGrama e Novinho da Paraíba), praça de alimentação, atividades para crianças, Alameda dos Mestres Janete Costa, com a presença de 36 mestres-artesãos.


Serviço

Fenearte

Onde: Centro de Convenções (Complexo de Salgadinho, Olinda)
Quando: Aberta das 14h às 22h. Nos dias 3, 8, 9 e 10 de julho, o horário será ampliado para 10h às 22h
Quanto: R$ 6 (inteira) R$ 3 (meia), de segunda a sexta-feira e R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia), aos sábados e domingos, à venda no Shopping Tacaruna e no Centro de Convenções
Acesso: haverá serviço de vans gratuitas a cada 15 minutos, do Shopping Tacaruna até o Centro de Convenções (das 14h às 22h15).


FONTE: diariodepernambuco.com

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