Total de visualizações de página

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Triunfo através das imagens de uma moradora especial


Dudu Siqueira
Descrição da imagem
Ex-professora possui um acervo com mais de mil fotos espalhadas pela casa


A fundação da cidade, as mudanças ocorridas ao longo dos anos, os pontos turísticos, o Carnaval, as personalidades oficialmente importantes e tantas outras que não constam nas páginas dos livros de história. Estes momentos e pessoas podem ser conferidos nas mais de mil fotos espalhadas pela casa de Diana Rodrigues Lopes - moradora de Triunfo que há mais de 40 anos alimenta o hábito de colecionar fotos. Este rico acervo pode ser conferido durante toda a semana (até o sábado, 30 de julho) dentro da programação do Festival Pernambuco Nação Cultural Sertão do Pajeú, em Triunfo.


A casa de Diana, o pronome de tratamento "dona" foi logo descartado pela própria, abriga uma vasta coleção de fotos que começou a ser catalogada quando a ex professora de História, Geografia, OSPB e Moral e Cívica era ainda uma menina. "A minha família já era muita chegada a fotografias. Meu pai guardava muitas fotos e eu sempre manuseava aquele material e ficava encantada com aqueles registros", comentou. A partir daí Diana passou a organizar a sua paixão. "Comecei a selecionar as fotos do meu pai, depois garimpei fotos de amigos e conhecidos e também comprei outras", explica.


Contudo, para armazenar tantas fotos era preciso um lugar especial, uma espécie de santuário onde o material ocupasse não apenas um lugar de destaque, mas sim fosse o centro da decoração. "Eu tinha a ideia de criar um espaço para abrigar todas estas fotos, antes mesmo de vir para esta casa que consegui construir com meu esforço. A construção foi concluída há aproximadamente 30 anos e eu moro aqui há 13", explicou.


Nas paredes há espaço para todos os temas: a família, a cidade, os prédios históricos, políticos, personalidades, entre outros. No campo histórico, há registros da cidade ainda com o calçamento de pedra, do casario antigo, do açude que em 1952 estourou e da chegada do Padre Ibiapina, que em 1871 fundou uma casa de caridade. "Eu tenho aqui uma verdadeira sequência da história de Triunfo", disse orgulhosa.


Além das fotos históricas doadas ou adquiridas, o acervo conta com registros feitos pela própria Diana. "Eu ando sempre com a minha máquina. Eu adoro registrar certos momentos. Inclusive eu adoro me inscrever em concursos de fotografia; quase nunca ganho, mas para mim o importante é participar". Ela conta que por sua influência, outros parentes e amigos começaram a cultivar o hobby de colecionar fotos. "Tem uma parente minha do Juazeiro que fez uma parede de todos os casamentos da família. Outro fez uma coleção de times de futebol. Isso para mim é muito bom e eu tenho prazer em ajudar", comentou.


Uma das paredes da casa é reservada para uma temática especial, segundo a própria Diana. É o lugar onde estão penduradas fotos dos "loucos" da cidade. Pessoas que viviam nas ruas ou que eram dadas como insanas. "Estas pessoas foram desprezadas pela sociedade, mas para mim eles fazem parte da história de Triunfo tanto quanto as mais importantes personalidades", afirmou. Nesse rol de personagens insólitos estão Cocó, o homem mais preguiçoso de Triunfo; Toicin, que morria de medo de automóveis; Zé Capela, uma garoto que sofria de uma deformidade física e que sempre ia lanchar na escola em que Diana era professora e João Cabaça, o comedor de cobras.


Diana explica que esta é a primeira vez que abre sua casa oficialmente para visitarão publica. "Normalmente eu recebo pesquisadores e escritores que se interessam pelo assunto. Na semana passada, por exemplo, eu recebi cerca de 40 estudantes. Juntei todos e contei a história de Triunfo. Gosto também de fazer palestras e encontros de poetas aqui na sala". Ela destacou a satisfação de ter seu acervo inserido na programação do festival. "Muita gente aqui de Triunfo tinha interesse em conhecer a minha casa, mas não tinha oportunidade. Agora isso é possível para toda a comunidade e para os turistas que visitam a nossa cidade".


Questionada sobre como irá fazer quando não houver mais paredes para tantas fotos, Diana tem uma explicação simples e afetiva. "Enquanto houver espaço no meu coração, vou arrumar um cantinho para as minhas fotos". Pelo que se viu durante a conversa com essa sertaneja que nutre um amor incondicional pela arte da fotografia, esse lugar sempre estará garantido.
FONTE: fudanpe.pe.gov.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário