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segunda-feira, 20 de junho de 2011

MÚSICA: Rio Pajeú, berço de cantadores e celeiro de cultura nordestina

Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo
No Sertão de Pernambuco, a importância do rio Pajeú vai muito além de abastecer as plantações e matar a sede do gado: é um berçário sem fim de cultura nordestina. O Rio e a poesia são sinônimos – ao longo do curso, a maior fartura é a de cantadores, poetas, declamadores.


O mapa do estado é povoado por artistas: em Carnaíba, Zé Dantas, grande parceiro de Luiz Gonzaga, o repente de Antônio Marinho em São José do Egito, os trocadilhos de Lourival Batista em Itapetim e, avançando no tempo, surge Maciel Melo, filho de Iguaraci.


“Esse rio Pajeú faz parte da história dos sertanejos. Ele emprega gente. Ele é quem irriga a agricultura e ainda serve de inspiração pra grandes poetas”, tenta explicar Pedro. Ele é um dos Irmãos Vilarim, artistas que também bebem na fonte do rio Pajeú, felizes por cantar, em família, as coisas deste chão. Os três irmãos têm quinze anos de caminhada de forró como ofício, mas não exclusivo: Fábio é bancário, Lula trabalha com logística e Pedro é servidor público.


Pedro lembra que o forró em casa é coisa antiga. “O Vilarim é por parte do avô paterno, ele gostava de cantar. Por outro lado na nossa família Gomes a nossa avó materna tocava muito violão e gostava de cantar. E a gente sempre passava férias lá na casa da nossa avó, na fazenda e ali foi despertando o gosto pra música”, relata.


Encontro de Vilarim, em Floresta, é sinal de arrasta-pé no meio da rua. Nessa época de São João, a agenda fica cheia. É nessa pisada que eles carregam a missão que o forró lhes confiou: não parar de cantar – sempre carregando o Pajeú com eles. “Parece que jogaram alguma semente dentro dele que daí germinou, caiu em terreno fértil e saiu esse celeiro de poetas dessa cultura imensa que Pernambuco tem”, analisa.


FONTE: pe360graus.globo.com

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