Em 1980, o pernambucano Jorge Assis de Assunção lançou O Príncipe do Baião, seu primeiro LP, dando oficialmente a partida para a carreira de Jorge de Altinho, nome artístico em referência à cidade onde o cantor e compositor cresceu.
JORGE DE ALTINHO (Divulgação) |
A fama veio com toda a força dois anos depois, com o lançamento do segundo vinil Meu Cantar. A nona faixa do disco intitulada Confidência era uma parceria com Petrúcio Amorim estourou nas rádios contagiando a todos com a letra "Eu tenho um segredo menina cá dentro do peito que a noite passada quase que sem jeito vendo a madrugada eu ia revelar...".
De lá para cá, Jorge de Altinho gravou um total de 29 álbuns, entre vinis e CDs. Outras músicas de sua autoria emplacaram, inclusive nas vozes de outros artistas brasileiros. Petrolina-Juazeiro gravada por Alceu Valença, Doido pra Vadiar por Alcione, Pra Amar e Ser Feliz por Flávio José, dentre outros. Jorge de Altinho coleciona sucessos que fazem dele um artista muito requisitado, sobretudo no período das festas juninas.
No próximo dia 23 ele estará na cidade de Bananeiras, no Brejo paraibano. Em entrevista ao jornal O Norte, Jorge de Altinho comenta sobre seus primeiros contatos com a música e o inusitado gosto pelo rock de Raul Seixas e Beatles.
Você nasceu em Olinda, mas carrega o nome da cidade em que morou quando criança, Altinho (PE). Quais as recordações você guarda da vida na cidade pequena?
Tenho muitas recordações desse tempo. Minha família, os amigos, a escola, a tradicional festa de São Sebastião. Lembro de quando o movimento da jovem guarda chegou à cidade na década de 60. Aquilo logo chamou a nossa atenção para música.
Como se deu o seu despertar para a música e quais artistas exerceram maior influência sobre você?
O despertar para a música começou na escola, com os colegas de classe. Tocávamos violão e cantávamos antes das aulas. Aos quinze anos comecei a compor, influenciado principalmente pelos meus ídolos Tim Maia, Raul Seixas e The Beatles.
Quem são os seus parceiros musicais atualmente?
Estou trabalhando com cinco músicas de Dominguinhos nas quais coloquei a letra. Também tenho parcerias com Fagner. Os paraibanos Vital Farias e Zé Ramalho têm minha admiração. For a isso, eu gosto demais das criações de Lenine e do balanço de Seu Jorge. Há também artistas que gravaram minhas músicas como Luiz Gonzaga, Beth Carvalho, Alceu Valença, Marinês, Alcione, Dominguinhos, Trio Nordestino, Geraldo Azevedo e Elba Ramalho.
As cidades de Campina Grande e Caruaru competem pelo título de Maior São João do Mundo. Você considera esta uma disputa saudável? Qual sua preferência?
É, sem dúvida, uma disputa salutar e que quem ganha são os participantes. Quanto a preferência é uma escolha muito difícil, cada uma tem suas particularidades.
Recentemente, o secretário de Cultura da Paraíba - Chico César - declarou que está vetada a liberação de verbas do Estado para o financiamento de shows do chamado "forró de plástico", bandas que fazem um ritmo estilizado. Como você avalia esta iniciativa?
O alerta já foi dado por Chico César. Acho que os deputados estaduais e federais dos estados do Nordeste deveriam aprovar uma lei em que 60% ou 70% das verbas destinadas a eventos populares - como emancipações políticas ou aniversários das cidades, festasdos padroeiros, inaugurações de praças, São João, carnaval e outros - seriam para contratação de artistas ou manifestações regionais. Acredito que essa política garantiria a preservação da cultura nordestina.
Como está a carreira atualmente e quais os planos a curto prazo? Há algum novo trabalho à vista?
A carreira vai muito bem. O disco mais recente (Dois Eus, lançado em 2010) está sendo bem elogiado por onde passo e também através dos emails que recebo diariamente. Estou viajando bastante com esse show e eu estou curtindo demais. Em setembro gravarei o meu segundo DVD.
FONTE: jornalonorte.com.br
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