Ano
passado Serrita contava com um dos maiores rebanhos de bovinos,
caprinos, suínos e equinos da região e realizou a primeira Feira de
Negócios (Fenese), voltada para a agropecuária, com direito a
apresentação aberta ao público da dupla Zezé di Camargo e Luciano.
Este
ano a situação é totalmente inversa. O município, assim como todo o
Nordeste, enfrenta a mais rigorosa seca dos últimos 50 anos e teve seu
número de animais reduzido para 10%. As informações foram repassadas
pelo prefeito Carlos Cecílio em entrevista coletiva concedida na manhã
desta sexta-feira (18) no auditório do Hotel Imperador.
Notando o sofrimento dos agricultores,
que estão vendendo seus animais por ‘preço de banana’ para produtores de
outros estados brasileiros, principalmente para o Ceará, o gestor
serritense decidiu cancelar a segunda edição da Fenese e investir todos
os recursos, que seriam destinados à festa, nas ações de combate aos
efeitos da estiagem.
Segundo informações colhidas pela
prefeitura com a Adagro, Serrita perdeu nas últimas semanas 15 mil
animais dos 28 mil existentes no município. Os rebanhos são vendidos
todos os dias para os estados do Ceará, Maranhão e até para o Pará. “Eu
estive no último fim de semana em 10 comunidades rurais, me encontrei
com os criadores e vi neles o semblante de tristeza, de desgosto e
angústia”, expôs o prefeito.
Cecílio fez um breve relato das ações
que está fazendo para socorrer as pessoas atingidas pela seca, como
perfuração de cacimbas e distribuição de cisternas em parceria com a
Codevasf. Informou que, com os prejuízos causados pela falta de chuvas,
os agricultores de Serrita levarão cerca de uma década para se
recuperar, caso recebam apoio dos governos do Estado, Federal e do
Município. Após discorrer sobre as atitudes da prefeitura para minimizar
os efeitos da seca, o prefeito revelou os motivos do cancelamento da
Fenese.
“Até a última terça-feira a prefeitura
estava disposta a fazer. Temerosa, em virtude da seca. A Secretaria de
Agricultura já havia cadastrado os criadores da região, mas à medida que
o evento está se aproximando as pessoas foram desistindo porque os
animais não estão suportando virem para a feira. Nós não conseguimos nem
a ração dos três dias do evento para alimentar os animais”, explicou.
Para finalizar, o administrador de
Serrita afirmou que esteve em Recife na semana passada para pedir apoio
da Empetur na liberação de recursos para pagar as atrações musicais, mas
foi informado que o Governo do Estado publicou um decreto proibindo
todo o apoio a eventos, como feiras de animais. Desta forma o evento
teria que ser bancado com R$ 100 mil liberado pela Secretaria Estadual
de Agricultura, com contrapartida de R$ 100 mil da prefeitura. Um
colegiado da administração municipal se reuniu e resolveu cancelar a
feira para aplicar os R$ 200 mil em ações contra a seca.
Com informações & imagem de Alvinho Patriota.
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