Preço de estacionamentos prejudicam mobilidade em Caruaru

Atraídas pelo comércio do jeans e pelas feiras, milhares de pessoas se dirigem à Caruaru. Mas quando aportam na cidade, acabam se deparando com um entrave: onde estacionar o carro? A questão é que, além de faltar vagas, os estacionamentos custam caro, segundo levantamento realizado no início deste mês pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE). O preço dos estacionamentos foi apontado como o principal inconveniente na mobilidade urbana da cidade, de acordo com a pesquisa.

Na Fábrica da Moda, os altos preços afetam mais de 80% das empresas e no North Shopping mais de 70%. Mesmo no Polo Caruaru, no qual aparece com menor intensidade, quase metade das reclamações concentra-se no preço do estacionamento. “A gente fica com as mãos e os pés atados. Muitas pessoas já chegaram para reclamar, mas o que a gente pode fazer? Eu sei que é um grande problema, até porque me afeta também. Pago R$ 150 da mensalidade de um estacionamento onde deixo meu carro”, enfatizou a gerente Laudiene da Silva, que trabalha em uma Farmácia de Manipulação.

Os proprietários dos estacionamentos justificam a tabela de preços. “A gente tem que pagar pelos benefícios. Hoje é cobrado R$ 2 ou R$ 3 por cada hora. Mas o que é melhor, pagar o preço e saber que seu carro ‘tá’ guardadinho e seguro ou ficar rodando pela cidade para encontrar vaga e quando voltar achar o carro arranhado?”, defendeu Johnny Wilker.

Com a escassez de vagas, os motoristas têm fazer um verdadeiro “city tour” pela cidade. “As pessoas se programam para chegar cedo e fazer suas compras, mas, por volta das 8h, os estacionamentos do centro ficam lotados. Isso se agrava nos dias da Feira da Sulanca (segundas e terças-feiras)”, informou o administrador do Estacionamento 15 de novembro, José Carlos dos Santos, de 34 anos.

A dificuldade não se limita aos estacionamentos privados. Para parar nas vias públicas, o motorista tem que dar muitas voltas. “Venho a Caruaru pelo menos duas vezes por mês, tenho loja em Serra Talhada e revendo os produtos que compro aqui. Mas toda vez ‘tá’ pior. Eu rodo muito até encontrar uma vaga”, salientou o comerciante Cristian Marques. Segundo o diretor de Trânsito e Transporte da Destra, Sérgio Cardoso, o sistema de Zona Azul foi implantado justamente para sanar a falta de vagas. “O sistema permite 1.186 vagas democráticas. São 52 ruas que passam por esse controle, permitindo a todo mundo usar (as vagas)”, disse.



Com informações da Folha de Pernambuco.