Reprodução: Aguinaldo Silva/Folha de Pernambuco
O líder da comunidade de Caruaru, o professor Armando da Cruz Cordeiro Júnior, 29 anos, explicou que a Sinagoga surgiu de uma demanda natural, já que as reuniões em residências já não comportavam os praticantes da religião. Cordeiro explicou ainda que “os marranos eram judeus originalmente que, com o tribunal inquisitório, tiveram que se converter ao catolicismo para não serem mortos”. Há séculos atrás, a dispersão impediu a propagação do conhecimento entre os descendentes, que agora buscam o retorno às tradições, conhecido como teshuva. “Mais de 50% da população brasileira tem descendência judaica e não sabe. Alguns costumes ajudam a identificá-las, como o ato de não varrer o lixo pela porta da frente, já que a entrada de casa é sagrada”, exemplificou.
Segundo Cordeiro, não se realizam conversões no templo e a Sinagoga faz parte de um movimento com mais de 200 anos, chamado Breslov, que tenta aproximar os marranos da religião. “O Brasil não converte para o judaísmo ortodoxo, porque o Rabinato de Israel não aceita. E o teshuva ainda não é reconhecido no judaísmo. Se não há certeza da origem judaica, a pessoa tem que ser converter de novo e, no caso dos ortodoxos, isto só pode acontecer em Israel ou nos Estados Unidos”, detalhou.
A existência do templo chamou a atenção da pesquisadora do judaísmo no Estado, Rosa Ludermir. “No tempo dos holandeses, alguns judeus fugiram do Recife e entraram pelo Interior. Acabaram escondendo as raízes. Tinham informações de um grupo em Brejo da Madre de Deus, mas este de Caruaru é supresa, e boa para mim”, disse.
FONTE: Folha de Pernambuco
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