Foto: Divulgação/Costa Neto |
“O Brasil é tudo, é suingue, é samba, é maracatu misturado com rock. Engana-se aquele que diz que o país é somente isso ou aquilo. O Brasil é essa riqueza, essa variedade, onde há espaço para todo mundo. O Brasil é Brasil”.
A fala de Sandra de Sá, já no backstage do show que apresentou na Festa da Estação, em Gravatá, refletiu o perfil da noite, que foi do pop rock de Doolira, passando pelo black suingue de Sandra de Sá, pelo samba de partido alto de Paulo Izidoro e Almir Guineto, terminando na malandragem de Diogo Nogueira.
A noite soprava um vento frio no Pátio de Eventos de Gravatá, mas o clima não impediu que o povo saísse de casa e fosse ver, e ouvir, as atrações da abertura do Palco Pernambuco Nação Cultural.
Como traço marcante de todas as edições, o evento contemplou a diversidade apontada por Sandra de Sá. Começando pelo som do conterrâneo Doolira. O intérprete e compositor passeou por diversas batidas de MPB que influenciaram sua trajetória até chegar ao mais recente trabalho, lançado em 2004, intitulado Pop Romântico.
Os admiradores do samba vibraram com o encontro do garanhuense Paulo Izidoro da Silva com o carioca Almir Guineto. Paulo entrou em cena primeiro, com um repertório composto por clássicos do mais conhecido ritmo tupiniquim. Brincadeira e malandragem não faltaram, principalmente quando ele relembrou Bezerra da Silva dizendo que iria apertar, mas não acenderia agora, letra da canção Malandragem dá um tempo. Quando Almir veio unir seu vozeirão, logo os dois chamaram “Irene”, numa homenagem ao grupo Fundo de Quintal.
Sucessos antológicos engrossaram o coral dominado pelo vozeirão de Sandra de Sá. Antes, porém, ela fez o público conhecer o que era a tal de AfricaNatividade, título dado ao seu mais recente álbum, lançado no ano passado. As letras são poéticas e exaltam as influências do continente africano na constituição da cultura brasileira. Tudo isso regado a sua potência vocal que abriu espaço para mais de trinta anos de carreira. Não faltaram paradas garantidas nas estações de rádio e programas de televisão do país, como Olhos Coloridos, Joga Fora no Lixo, Coisas do Amor, entre outras.
Um show com a energia vibrante da artista, que ficou à vontade para descer do palco, ir pra o frontstage, e cantar no chão, pertinho dos fãs. Nessa hora, ao som de Bye Bye Tristeza, a multidão correu para a grade e o que se viu foi um amontoado de câmeras digitais e braços ansiosos para ao menos tocar na dona do Não Chores Mais.
Tendo lançado um DVD no qual faz uma releitura das suas três décadas de contribuição para a música, Sandra promove um momento inusitado no show, quando avistou, do palco, um vendedor ambulante de CD pirata. Em vão, chamou o pirateiro para perto, com o argumento de que “queria comprar o CD”. Depois, nos bastidores, explicou sua posição. “As pessoas não pensam, mas o produto pirata prejudica principalmente aqueles que dependem dessas empresas para conseguir pagar as próprias contas. Quando se compra um CD pirata, quem mais sofre os danos são os empregados que trabalham nas firmas, o pessoal da limpeza, o porteiro”, defendeu.
Pra fechar a primeira noite de apresentações, Diogo Nogueira trouxe canções do disco Sou Eu, que já vendeu 200 mil cópias em nove meses de trabalho e prova ser uma mostra da carreira meteórica conquistada com apenas quatro anos.
“O DVD tem um pouco da minha história, minha infância. Tem um pouco do que sou e aprendi nesta vida e é um prazer divulgá-lo por aqui, onde estou pela primeira vez”, comentou no backstage. No palco, ele conseguiu segurar a atenção do povo, que superou a chuva fina e o frio, trazendo Alceu Valença, e mais gafieira. O filho do músico João Nogueira é considerado parte da geração de sambistas contemporâneos que estão revigorando o ritmo. “É preciso renovar o Samba, assim como ocorre em diversos segmentos da vida, e nós vamos continuar defendendo essa bandeira, com os nomes que estão nascendo a cada dia”, comentou.
SEXTA – O Festival Pernambuco Nação Cultural – 13ª Festa da Estação traz mais atrações na noite de sexta-feira, 02. A partir das 21h, quem entra em cena é Maurício Menezes, de Gravatá; O Teatro Mágico, de São Paulo, além de Zeca Pagodinho e Maciel Melo.
FONTE: fundarpe.pe.gov.br
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