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terça-feira, 19 de junho de 2012

Na terra de Luiz Gonzaga, a festa de São João não precisa receber “maquiagem”: Povoado de Araripe em Exu viveu noite especial





EXU - Na estrada que dá passagem ao pequeno Povoado do Araripe, no município de Exu, sertão de Pernambuco, um clarão no meio do breu da mata da caatinga anunciava que a noite de sexta-feira seria de celebração a Luiz Gonzaga, seu filho mais ilustre. Pouco habitado durante os outros 364 dias do ano, o lugarejo recebeu cuidado especial, com alguns pequenos retoques na ornamentação. O cenário tradicional junino, com a igreja de fundo, casas simples ao redor e o espaço para os casais "esquentarem a fivela" no forró, é reproduzido em sua essência mais natural. A história de vida do Rei do Baião e a tradição das festas de junho se encontraram mais uma vez na noite fria do pé da Serra do Araripe.


A celebração começa logo cedo, com a tradicional novena em homenagem a São João Batista, na igreja de mesmo nome. O local estava tomado de devotos, que anualmente prestam homenagem ao santo, já cantado por Seu Luiz. A emoção tomou conta do público, que cantava e aplaudia com entusiasmo a cada momento em que era entoada uma nova canção.


Ao lado da igreja, na entrada do salão para eventos, uma espécie de coreto das cidades do interior, indicava com a faixa: "Seja bem-vindo ao São João do Araripe". Rapidamente, parte dos fiéis se deslocaram para o local, onde foram realizadas apresentações de quadrilhas, com encenações de um grupo mirim e outro adulto em homenagem ao Rei do Baião.


O sorriso estava estampado de uma orelha a outra no rosto do agricultor Francisco Edvaldo, 48 anos, que desde menino vai ao povoado acompanhar a festa de São João. "É gostoso demais. Aqui sempre foi animado. Há mais de 40 anos que venho para cá", conta o morador dos Sítio dos Pereiras, acompanhado da esposa Maria Risadalva e do filho Cleberson, de apenas 10 anos. "Esse menino aqui é fã de Luiz Gonzaga", garante Francisco, referindo-se ao filho.


Kikina Alenar, 54 anos, entusiasma-se quando lembra da época que ainda era adolescente e saia de Bodocó, há poucos quilômetros do Araripe, para curtir a festa. Porém, ela acha que parte da essência do encontro junino se perdeu com o tempo. "Com a briga de famílias na região, a festa foi morrendo aos poucos. Todas as famílias se encontravam aqui. As casas ficavam cheias", explica a pensionista, que chegou em Bodocó com 13 anos de idade, época de tensão e mortes na região do Araripe.

Depois da apresentação das quadrilhas, o fole fungou e os casais riscaram o chão do salão ao som de muito xote e baião. A festa adentrou pela madrugada e muita gente não arredou pé do local. Outra parte foi embora, porque sábado bem cedinho é dia da tradicional Feira de Exu.


Com informações da Folha de Pernambuco.

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