Capa do Novo CD de Zé Ramalho / Divulgação |
Quando lançou o disco Zé Ramalho canta Beatles (Discobertas, 2011), o trovador paraibano confessou que não pensava mais em gravar álbum de inéditas, sobretudo pela voracidade da pirataria. Mas se sabia que, inevitavelmente, cedo ou tarde, ele descumpriria a palavra, pois na mesma época confirmou que continuava compondo.
Esta semana Zé Ramalho trouxe à tona parte de sua produção inédita, em Sinais dos tempos, álbum que inaugura o selo Avohai Discos, criado depois de entrar e sair de gravadoras. Como faz há 15 anos, gravou com Robertinho do Recife. Conheceram-se na capital pernambucano nos anos 70, Zé Ramalho aind tinha que o "da Paraíba" no nome.
Nos últimos cinco anos, Zé Ramalho cantou tributos aos seus ídolos: Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Bob Dylan, The Beatles, Raul Seixas. Em Sinais dos tempos, ele confirma que não perdeu o talento para criar canções melodiosas, cujas letras podem ir do confessional, ao enigmático, com influências dos ídolos do começo da carreira. A faixa que abre o disco é uma reflexão sobre o tempo, de um artista que, aos 63 anos, é família demais, basta conferir o site oficial, farto em fotos dele com filhos, netos, noras, genros.
As duas canções seguintes seguem a mesma temática, Sinais e Lembranças do primeiro: “Depois que passei dos 60, parece que os anos estão correndo. O tempo vai mais ligeiro e isso me lembra muito a canção dos Rolling Stones Time is on my side. Me vejo num mundo louco, rápido e cruel e tendo que me inspirar nele para fazer minha obra de arte. Os fãs vinham cobrando um disco autoral, mas passei os últimos cinco anos refletindo sobre mudanças que ocorreram e fazendo músicas aos poucos. Sinais é uma que fala sobre isso.
Teve um momento em que chorei durante a gravação da voz, lembrando de várias coisas. Espero que consiga passar essa emoção para as pessoas”, comenta,menta Zé Ramalho, em texto distribuído com o disco.
Em Sinais dos tempos há momentos em que ele lembra o Zé Ramalho ode 1978, como acontece Portal dos destinos, c com métrica de repente, letra cheia de simbolismos, e sons psicodélicos indianos; Mas a canção mais emblemática do álbum, é Noite branca. O álbum de estreia do paraibano é fechado com Noite preta (com Alceu Valença e Lula Côrtes). Noite branca tem levada de Frevo mulher, e abre com a introdução de Venus, do Shocking blues, que Zé Ramalho tocou muito nos seus tempos de bailinhos. Um belo arroubo de nostalgia, sem pieguice.
Com informações do JC Online.
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