Os agricultores do Sertão do Pajeú (PE) realizavam, todos os anos, em comemoração à Semana do Meio Ambiente, uma feira para comercializar produtos oriundos da agricultura familiar. Em 2000, resolveram instituir a Feira Agroecológica de Serra Talhada (Fast), no município de mesmo nome, distante 415 Km de Recife. Desde então, todos os sábados, o empreendimento atrai centenas de consumidores que abandonaram a feira tradicional em busca de alimentos saudáveis.
Na terra do xaxado, onde nasceu Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, considerado rei do cangaço, a busca por produtos "limpos", sem agrotóxicos, virou uma salutar mania. "Desde o primeiro dia frequento a feira. Aqui é um ponto de encontro da sociedade. A gente vem para cá, enquanto as nossas famílias fazem as compras, e aproveita para colocar o papo em dia", conta o comerciante Rémulo Alencar.
Na terra do xaxado, onde nasceu Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, considerado rei do cangaço, a busca por produtos "limpos", sem agrotóxicos, virou uma salutar mania. "Desde o primeiro dia frequento a feira. Aqui é um ponto de encontro da sociedade. A gente vem para cá, enquanto as nossas famílias fazem as compras, e aproveita para colocar o papo em dia", conta o comerciante Rémulo Alencar.
Kelle Souza, técnica em agropecuária que acompanha a feira todos os sábados, frisa que o que é vendido ali é produzido de forma organizada pelos agricultores da região. "Tudo é definido por eles, desde o que vão comercializar, o processo de produção agroecológica e até os preços que serão praticados".
A Fast é acompanhada pelo Centro de Educação Comunitária Rural (Cecor), que presta serviço de assistência técnica às famílias agricultoras. "Um dos principais objetivos alcançados nesse tempo foi construir uma clientela fiel e uma relação muito mais igualitária entre produtor e consumidor.
Esse, aliás, é o grande diferencial entre uma feira agroecológica e a convencional. Aqui não é um ato de comprar e vender somente e sim o estabelecimento de uma relação mais próxima, mais confiável, onde, por exemplo, os consumidores indicam os produtos que gostariam de consumir e eles são trazidos para cá", enfatiza Expedito Brito Brasil, coordenador geral do Cecor.
Kelly Souza lembra que a Fast é certificada. "É um trabalho importante desenvolvido pelo Cecor, que forma grupos de consumidores para observar a questão social da produção e garantir o processo agroecológico, limpo e em harmonia com o meio ambiente. Temos toda uma metodologia de incentivar o processo de cultivo ambiental, que começa dentro das organizações com a capacitação".
Dentre outras medidas, há o incentivo para o uso de defensivos naturais, cobertura morta, o trabalho de conservação dos recursos hídricos das propriedades e do seu entorno. Um dos principais motivos do surgimento das feiras agroecológicas foi eliminar o atravessador.
Natureza
Sílvia Lúzia Mendes, 42 anos, é proprietária de uma banca que vende banana, leite, queijo, ovos, galinha. "Tudo é produzido na minha terra, um hectare. Antes eu trabalhava na feira convencional. Quando entrei em contato com o pessoal do Cecor, achei interessante o sistema agroecológico de produzir, até porque preserva a natureza, e resolvi participar. Estou desde então todos os sábados aqui. Um detalhe interessante é que os consumidores da feira agroecológica são mais amigos. Estabelecemos uma relação mais cordial. A gente vende quase tudo. Quando sobra alguma coisa, repassamos para um colega e depois prestamos conta.
FONTE: diariodonordeste.globo.com
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