Reprodução: alepe.pe.gov.br |
A Casa Joaquim Nabuco poderá contar com um colegiado específico para acompanhar as condições dos matadouros do Estado. Hoje, segundo dados atualizados da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), 86% dos 156 abatedouros funcionam de maneira irregular.
A falta de higiene e o uso clandestino desses espaços movimentaram a audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural, na manhã de ontem. No debate, o deputado Antônio Moraes (PSDB), que propôs o encontro, defendeu criar uma Comissão Temporária para abordar a problemática.
Moraes classificou a situação como “grave”. Em grande parte dos estabelecimentos, os animais são abatidos em meio à lama. Além disso, o transporte da carne não atende às exigências dos órgãos de fiscalização. “Há alguns dias, em Tabira (Sertão do Pajeú), um caminhão de lixo levava peças de carne para os pontos comerciais. Um absurdo que põe em risco a saúde da população”, ressaltou, elogiando a contribuição da imprensa ao combater essa prática. “As reportagens da Rede Globo, Record e do Diario de Pernambuco são importantes denúncias”, reforçou, à tarde, no Pequeno Expediente.
Presente à audiência pública, a gerente da Adagro Erivânia Camelo frisou a importância de se implantar um espaço de discussão permanente na Alepe. Quanto à necessidade de interditar a maior parte dos abatedouros, apresentada durante o debate, Erivânia aconselhou “cautela”. “Se interditarmos um estabelecimento, precisaremos oferecer outra alternativa e isso não será possível em muitas regiões”, argumentou.
Apesar de não considerar o setor uma obrigação do Estado, a especialista enalteceu a preocupação do Governo ao investir, este ano, R$ 20 milhões na construção de sete matadouros. Estão em funcionamento os de Paudalho, Barreiros e Palmares.
A promotora de Justiça Liliane Fonseca reforçou, contudo, ser imprescindível proibir o funcionamento dos estabelecimentos irregulares. A integrante do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) observou que a Adagro, enquanto órgão fiscalizador do segmento, não deve permitir a clandestinidade por falta de alternativas. “Se o espaço atua de forma ilegal, que seja interditado. A maioria dos abatedouros é municipal”, asseverou, enfatizando ser necessário também melhorar a estrutura das Vigilâncias Sanitárias Municipais.
Ao final do encontro da Comissão de Agricultura, o presidente do colegiado, deputado Claudiano Martins Filho (PSDB), comentou a relevância do debate. “A reunião foi mais um mecanismo importante na busca por soluções”, observou, declarando apoio ao trabalho dos órgãos competentes.
Além de Martins Filho, demais parlamentares e representantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e de outras entidades participaram.
FONTE: alepe.pe.gov.br
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