Obras de infraestrutura no interior de Pernambuco trouxeram para a lista dos dez melhores colocados no Índice Firjan, municípios que em anos anteriores não ocupavam posições de destaque. Petrolândia, no Sertão do São Francisco, saltou do 30º para o 3º lugar, desbancando o Cabo de Santo Agostinho. Sertânia (Sertão do Moxotó) viu sua 93ª colocação se transformar num 10º lugar. Nos dois casos, o que içou o índice foi a explosão do emprego formal.
“A geração de emprego cresceu cem vezes em Sertânia, com a abertura de postos de trabalho na construção civil”, explica o analista de Desenvolvimento Econômico da Firjan, William Figueiredo. O município abriga canteiros de obras da ferrovia Transnordestina e da Transposição do rio São Francisco. “Nossa cidade vive uma revolução. Trabalhadores de municípios vizinho e de todo o Brasil vieram para aproveitar as oportunidades aqui. Em 2009, no pico, foram 1.500 empregos apenas em um lote da obra”, destaca a prefeita Cleide Ferreira.
Com economia baseada na caprinocultura, Sertânia assistiu a um movimento de aquecimento no comércio e no setor de serviços. “Os empresários precisaram correr para investir em hotéis, pousadas e restaurantes para dar conta da demanda”, conta a prefeita, lembrando que o caixa da prefeitura também engordou por conta do ISS. Com mais dinheiro foi possível elevar os investimentos em saúde e educação. Entre 2008 e 2009, o IFDM da saúde cresceu 5,4% e o da educação 1,4% no município.
Em Petrolândia, o crescimento de 116% no índice de emprego e renda fez a cidade figurar em terceiro lugar no ranking da Firjan. Procurado pela reportagem do JC, o prefeito recebe com surpresa a notícia de que a cidade está entre as três primeiras, atrás do Recife e de Ipojuca. “É uma excelente notícia”, diz, exclamativo. E tenta explicar, dizendo que conseguiu captar um canteiro da obra da Transposição para a cidade e turbinou os empregos.
O município também comemora o início da operação, em 2009, do perímetro irrigado batizado de Agrovilas da Rota, que beneficiou 50 famílias de agricultores. “O projeto era aguardado há 23 anos e agora que saiu do papel também está contribuindo para gerar renda”, observa o prefeito. A piscicultura foi outra atividade que ganhou musculatura na cidade. A Netuno mantém um projeto local de produção de larvas e de piscicultura em tanques-rede. “Regularizamos o município como território da pesca, em 2009, e conta com 14 associações de pescadores.
O prefeito Lourival Simões aposta que Petrolândia vai continuar se posicionando bem no ranking nos próximos anos. Depois de um pleito do município, em 2010 o governo de Pernambuco concordou em redistribuir o ICMS pago pela geração de energia da Chesf, que mantém na cidade a Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga. Antes, o imposto era repartido com Belém do São Francisco, Itacuruba e Floresta, mas agora fica 100% com Petrolândia. “Nada mais justo, já que a usina está na cidade”, reforça. A cidade recebe, ainda, os royalties da água pela área inundada para a construção da usina.
FONTE: jconline.ne10.uol.com.br
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